27 de dez. de 2015

Dialética Entrevista [Ju Lund]: Autora de Doce Vampira e Alma Vampira

Ju Lund foi a segunda autora com quem o blog Dialética Proposital firmou parceria logo em seus primeiros meses de existência e desde então esta parceria tem se mostrado não apenas vantajosa como também uma alegria, acompanhar as narrativas de Ju Lund é mergulhar em um abismo de prazer e fantasia. Trata-se de uma escritora que escreve com a alma e não se limita ao convencional, indo além, e trazendo a nossa realidade um mundo utópico e fantástico onde o impossível é tangível. Onde as limitações estão no amago do ser humano e o desejo de driblar tais limitações confrontam sua existência.

Conhecer a pessoa por traz da autora me fez ver o quanto há de talento na diminuta pelotense, que seu tamanho esconde uma genialidade imensurável, e portanto, trago para vocês uma entrevista realizada com a mesma, para que todos os leitores do DP conheçam e amem este ser escritor.

"Transformo os melhores sonhos e piores pesadelos em contos e romances." - Ju Lund 

Conhecendo a autora: Ju Lund é escritora de contos, romances, blogueira e gaúcha da cidade de Pelotas. Nascida em 1983, desde jovem escreve poesias, poemas e, na adolescência, muitos textos autobiográficos.
Quase se formou no Magistério, mas desistiu e acabou formada como técnica em Turismo e Hotelaria. Tem um relevante conhecimento na língua espanhola e é graduanda no curso de Artes Visuais em Licenciatura pela Universidade Federal de Pelotas.
Após a insistência do marido, começou a escrever e publicar seus contos online, todos com características para leituras rápidas na web. Neste período entre 2010 a 2013, antes de engravidar, publicou mais de 60 contos inéditos, além dos livros e participações abaixo.

2015-doce-vampira-horz Quer conhecer mais da autora, acesse a resenha aqui.

b5e2a5cdd3422c530556bc24f5e5eae9Dialética: Em seu site, é dito que você é fã de Literatura Fantástica, a algum livro ou autor que influenciaram na sua escrita? Quando você percebeu que tinha o dom necessário para ingressar na literatura?
R: Sim, sou uma fã da fantasia e tenho centenas de livros que adoro e me influenciam, sou a somatória de tudo que leio.
Dom? Não,não... Quem derá fosse um dom, sou apenas uma esforçada escritora.
Dialética: O seu livro Doce Vampira, foi publicado anteriormente pela Editora Ornitorrinco, e agora relançado pela Avec Editora, o que a fez trocar de editora?
R: Doce Vampira foi primeiramente da Editora Ornito, que infelizmente se extinguiu e foi por isso que precisei de uma nova casa.
Dialética: Todos sabemos que você é casada, e para muitos fãs sempre fica aquela perguntinha indiscreta que quase nunca tem coragem de perguntar. O que te levou a escrever um romance queer fantástico? A sua vida reflete na sua obra, ou vice-versa?
R: Sempre recebo essa pergunta achando graça, já que nasce a curiosidade de eu ser gay por ter escrito sobre isso. Mas, nunca ninguém me questionou se sou uma vampira (tb tema do meu livro) ou se sou um ser mítico em geral rsrsrsrs.
O que me leva a abordar um tema queer é o mesmo que me leva a escrever um romance hetero, por exemplo, somente o amor em si.
Dialética: Como é sua rotina para escrever? Você tem horário determinado ou escreve quando surge oportunidade?
R: Atualmente precisei me adequar a minha nova realidade de mãe, isso deixou a rotina de escrita um caos. Fico muito contente quando consigo escrever por 20 minutos, logo que ele dorme a noite. Sempre estou muito cansada e faço por amor,mesmo que crie melhor pela manhã.
Dialética: Está é uma pergunta que costumo fazer sempre aos autores entrevistados, e acredito que ela diz muito sobre o autor e sua obra, por essa razão, torno a repeti-la: As histórias “se escrevem” sozinhas ou o você planeja a trama antes de iniciar a escrita?
R: Não há como você escrever sem planejamento, ao meu ver. É preciso ter, ao menos, uma idéia prévia de trama, estrutura narrativa, planejamento dramático, pontos de virada etc. Se vejo alguém dizendo que só escreve sem isso tudo, bem, não vou colocar fé.
Dialética: Como foi a escolha do enredo da trama, Doce Vampira e Alma Vampira, desde o início pretendia ambientar o livro em um futuro distante?
R: Doce Vampira é atemporal. Não tem datações, é simplesmente contemporâneo ao leitor - mesmo que em um mundo não existente - acontece conforme cada linha é lida e sendo em primeira pessoa, creio que torna mais real essa sensação.
Dialética: Em que/quem você se inspirou para escrever a história? Você criou as protagonistas, Duda e Esther, inspirada em alguém do cotidiano?
R: Todos meus personagens são a soma de tudo que vejo somado ao meu imaginário e por isso não houve um alguém inspirador.
Dialética: E por que um casal gay, não seria mais fácil escrever e vender uma história com um casal heterossexual? Por que você escolheu abordar um tema tão polêmico, como o relacionamento homo afetivo e estendendo-o não somente a aceitação da liberdade sexual, mas a igualdade de gêneros e aceitação de diferenças?
R: Não acredito que seria mais fácil, não no processo criativo. Talvez na conquista de público sim, mas abordei o amor. Só isso. Todo o resto, como vc mesmo falou, foram assuntos que achei relevante e discutíveis. É preciso quebrar tabus, porque temer abordar a liberdade sexual, a igualdade de generos e diferenças? Não podemos nos omitir.
Dialética: A indecisão de Duda no primeiro livro, mostra o quanto a sociedade ainda não está preparada para conviver lado-a-lado com os vampiros, ou melhor com o diferente, um fator de destaque é a visão que Duda tem de Louise, mãe de Esther. Talvez seja presunção dizer isto, mas toda a desconfiança e medo velado, incluída na história, tem um papel maior do que simplesmente criar um enredo a trama, certo? Acredito, que você quis demonstrar como é a nossa sociedade patriarcal e preconceituosa, estou correto?
R: Fico realmente emocionada quando um leitor consegue chegar tão longe, nessas migalhas que soltei ao longo do livro. Sim, quis deixar um espaço maior para reflexão filosófica em si, os medos de Duda na verdade, suas desconfianças e travas, foram uma tentativa de mostrar como normalmente agimos frente ao desconhecido e como temos  uma mentalidade presa a "conceitos pré-estabelecidos".
Como disse na minha resenha sobre Doce Vampira, fiquei indignado com o final, está técnica de supressão pretende continuar?
R: O final ficou exatamente como idealizei, um corte para a continuação que já está disponível em formato digital (o formato físico tem lançamento previsto para o primeiro semestre de 2016!). Não fiz para chatear ou indignar, não! Aguardo todos os comentários possíveis do livro dois, para desenvolver o terceiro e ultimo volume com o Inicio. meio e o FINAL mais do que a gosto de todos vcs! :) 
 

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1 comentários:

  1. Uma bela entrevista, não conhecia algo pessoal da autora e fiquei muito feliz em saber como a aurora se inspira. Ainda não tive a oportunidade de ler "Doce Vampira", mas já que falta 1 livro para ser lançado, o esperarei e assim já faço a leitura dos 3 de uma vez so.

    BJsss

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Julielton Souza