25 de jul. de 2014

Livro #02 - O Pacto – Joe Hill

Dados do Livro


 
Nome: O Pacto
Autor: Joe Hill
Editora: Arqueiro
Tradução de: Horns
Tradutor (a): Bárbara Heliodora e Helen P. Pessoa
ISBN: 9788599296882
Edição: 1ª Ed. 2010
Estilo: Ficção Americana de Terror e Suspense
Páginas: 320

Sinopse

"O pacto é bom como o diabo! Joe Hill é um escritor excepcional, com uma incrível imaginação. Ele tem o talento especial de conduzir os personagens e os leitores a situações sobrenaturais." - USA Today

Ignatius Perrish sempre foi um homem bom. Tinha uma família unida e privilegiada, um irmão que era seu grande companheiro, um amigo inseparável e, muito cedo, conheceu Merrin, o amor de sua vida.
Até que uma tragédia põe fim a toda essa felicidade: Merrin é estuprada e morta e ele passa a ser o principal suspeito. Embora não haja evidências que o incriminem, também não há nada que prove sua inocência. Todos na cidade acreditam que ele é um monstro.
Um ano depois, Ig acorda de uma bebedeira com uma dor de cabeça infernal e chifres crescendo em suas têmporas. Descobre também algo assustador: ao vê-lo, as pessoas não reagem com espanto e horror, como seria de esperar. Em vez disso, entram numa espécie de transe e revelam seus pecados mais inconfessáveis. 
Um médico, o padre, seus pais e até sua querida avó, ninguém está imune a Ig. E todos estão contra ele. Porém, a mais dolorosa das confissões é a de seu irmão, que sempre soube quem era o assassino de Merrin, mas não podia contar a verdade. Até agora.
Sozinho, sem ter aonde ir ou a quem recorrer, Ig vai descobrir que, quando as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim.
Joe Hill, autor de A estrada da noite, já foi aclamado como um dos principais novos nomes da ficção fantástica. Em O pacto, o sobrenatural é pano de fundo para uma história de amor e tragédia, de traição e vingança. Um livro envolvente, emocionante e cheio de suspense que nos leva a refletir: em matéria de maldade, quem é pior, o homem ou o diabo?



O Autor


 Joseph Hillstrom King, mais conhecido como Joe Hill nascido em Hermon, Maine em 3 de junho de 1972 é um escritor estadunidense de ficção. É filho de Stephen King. Seu nome foi escolhido como uma forma de homenagem ao anarquista sueco Joe Hill.
Em 2007, lançou um livro de terror intitulado A Estrada da Noite. É também de sua autoria a coletânea de contos Fantasmas do Século XX, publicada no Brasil em 2008.
Voltou à escrever outra novela de terror em 2010, com o título de Horns (no Brasil, O Pacto). Em 2014 chega ao Brasil o livro Nosferatu (título original - NOS4A2 (2013)). Todos os seus livros foram publicados no Brasil pela Editora Arqueiro.
Joe Hill já ganhou diversos prêmios por seus contos, incluindo dois Bram Stoker, o mais importante da literatura de horror. 


Dialética


Ignatius Martin Perrish ou simplesmente Ig, é apresentado como um homem perturbado por um passado nebuloso, acusado de assassinar o grande amor de sua vida, passou grande parte da vida adulta bêbado.
E é após uma noite regada a muito álcool que sua vida sofre uma guinada drástica, ele acorda com dores de cabeça causadas por nada mais, nada menos que chifres. Isso mesmo, o protagonista se vê com chifres, o verdadeiro “diabo” encarnado. Aterrorizado com o surgimento de tal estranheza, Ig passa a buscar respostas para aquela situação dramática em que se metera.

Ignatius Martin Perrish passou a noite bêbado, fazendo coisas horríveis. Acordou na manhã seguinte com dor de cabeça, levou as mãos às têmporas e sentiu algo estranho, um par de protuberâncias pontiagudas”.

Com as lembranças da noite passada ainda desconexas Ig percebe que os chifres não causam medo ou asco nas pessoas, pelo contrário, após o pavor inicial, quando isso ocorre, é claro, as pessoas passam a agir como se eles não existissem. E não é só isso, os “benditos” chifres possuem poderes mágicos. Ig é capaz de revelar os lados mais sombrios das pessoas, desejos, segredos, taras e erros são os indícios de que a mágica dos adornos em sua cabeça controlam a vontade das pessoas.

“– As pessoas não param de me contar coisas pavorosas. Ficam dizendo o que gostariam de fazer, coisas que ninguém jamais admitiria. Uma garotinha acabou de me contar que tem vontade de botar fogo na cama da mãe. Sua enfermeira me disse que quer destruir o carro de uma moça. Estou com medo. Não sei o que está acontecendo comigo.
O médico estudou os chifres; rugas de preocupação marcaram sua testa:
– São chifres.
– Sei que são chifres.
O Dr. Renald balançou a cabeça.
– Parecem inflamados nas pontas. Dói?
– Pra caramba.” 

De ante de tamanho poder, Ig decide reviver seu passado, descobrir qual foi o fim que sua amada Merrin Williams levou.
Mesclando passado e futuro Hill, apresenta a vida de Ig de forma totalmente aberta, sua idolatria pelo irmão Terry, um ágil e talentoso jovem que se torna uma celebridade nacional. Sua amizade cega com Lee Tourneau, o jovem franzino, tímido e caolho, que no futuro é assessor de um político, sendo adorado por todos.
A tentativa frustrada de um relacionamento com Glenna Nicholson. E, é claro seu amor eterno a Merrin Williams.
Um emaranhado de situações levam Ig a um rompimento com a jovem Merrin com quem namorava desde a infância, e na mesma noite alguém pratica um ato horroroso, um crime que abalaria a cidade de Gideão.
Ig é apontado como o autor do cruel assassinato e sem um álibi que prove sua inocência acaba preso. Com a influência dos pais, o jovem se vê livre das acusações. Porém essa mesma influência seria sua ruína eterna.
Sem poder provar sua inocência Ig é visto por todos como o autor do assassinato e somente após o surgimento dos chifres é que percebe que poderá descobrir quem realmente arquitetou e executou aquele plano sórdido para incrimina-lo.
Inicia-se ai, a trajetória de Ig ao passado. No caminho todos estão a mercê de seus poderes, a avó, os pais, o irmão, a namorada, todos que cruzarem seu caminho lhe contaram tudo o que fizeram e aquilo que realmente pensam a seu respeito.

“– Pode falar – disse Ig. – Agora é a parte em que você me conta qualquer coisa terrível que escondeu a vida toda. Provavelmente sobre mim. É só falar, e a gente se livra disso.

Muitas magoas se formarão, feridas tão profundas que nada poderá cicatrizar, e a dor somente irá desaparecer quando encontrar a resposta que tanto procura.
Uma batalha emblemática, que somente quem lê o livro pode entender é travada do início ao fim, e Hill nos faz questionar se o diabo realmente é o mau que irá destruir a humanidade.
É tudo escancarado, as feridas e transgressões do homem, os desejos secretos e escuros de cada um. Hill deixa a mostra a qualidade do ser humano e sua capacidade em fazer o mau, mesmo que isso lhe custe tudo o que mais ama.
Ler esse livro de certa forma é difícil, por que te faz pensar realmente se o ser humano presta, em todo o decorrer da história, você se depara com todos os erros e maquinações que o ser humano é capaz de cometer e se pergunta “como todos podem ser assim?”.
A temporada de Ig na fundição onde ele tenta buscar soluções para as inúmeras questões que o perturbam é lindamente descrita e te faz sentir pena do pobre “diabo”. Você logo se vê torcendo por ele, desejando que ele elimine seus inimigos com as próprias mãos e que encontre paz de espirito.

Então, por um tempo, ficou tudo quieto na velha fundição, onde o homem e o demônio estavam deitados lado a lado – embora dizer quem era quem fosse uma questão de debate teológico”.

Confesso que me apaixonei pela escrita de Hill, o homem é um gênio. O desfecho da história é algo surpreendente que te deixa com gostinho de quero mais. Não houve um único momento que pensei em desistir do livro, ou que eu não gostasse, a única coisa que me perturbou durante toda a leitura foi a inocência de Ig, sério é impossível acreditar que ele não percebia as intenções de Lee, Terry e os outros.


Relacionando

Com sempre faço elejo uma música como tema da minha leitura, e ao conhecer Ig Parrish e sua luta interior a primeira música que me veio à mente foi Pardon Me da banda Incubus.
Não sei ao certo o motivo inicial de ter elegido essa música, talvez se deva ao fato de que Incubus é o nome de uma espécie de demônio. Mas o que realmente percebi lendo o ultimo capitulo do livro, foi como essa música casou bem com o livro.
Quem já o leu irá entender. Abaixo um estrofe da música traduzido e o vídeo original.

Perdoe-me enquanto eu explodo em chamas
Eu já aguentei demais o mundo e os jogos irracionais das pessoas
Então perdoe-me enquanto eu queimo e elevo-me acima das chamas
Perdoe-me, perdoe-me... Eu nunca serei o mesmo”.



A música escolhida para ilustrar o história de Ig nos cinemas pertence a banda irlandesa Kodaline e chama-se Pray. Título bem sugestivo, não acham?
A adaptação do livro foi produzida por Alexandre Aja da Lions Gate, e deve estrear em breve em território brasileiro. Daniel Radcliffe interpreta o jovem Ig. 
Em seguida, vocês poder ter uma previa do filme, bem como os vídeos das músicas aqui mencionadas.







Videos


Incubus - Pardon Me


       Kodaline - Pray (Audio)



Trailer: Horns - O Pacto (legendado)


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Julielton Souza